A Câmara Municipal de Governador Valadares decidiu, nesta segunda-feira (3), pelo arquivamento da representação contra o vereador Marcion Ferreira da Silva (PR). Por 19 votos contrários ao recebimento da denúncia, o parlamentar não responderá a processo de perda de mandato.
Marcion da Fusobras, como é mais conhecido, foi acusado pelo diretor-Geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Alcyr Nascimento Júnior, de quebra de decoro por denunciar supostas irregularidades na autarquia.
Na representação encaminhada à Câmara no dia 13 de novembro, o diretor justificou que as acusações feitas pelo vereador estariam “extrapolando o campo de imunidade constitucional, propagando inverdades e envergonhando o legislativo valadarense”.
Nas redes sociais, no entanto, o pedido de cassação foi visto como uma medida autoritária e intimidadora contra o trabalho de fiscalização de um vereador e pegou mal para o governo André Merlo.
Até mesmo na Câmara, onde o prefeito do PSDB tem maioria confortável, o resultado não foi diferente do sentimento da população: nenhum parlamentar votou pela abertura do processo de cassação. A denúncia foi para o arquivo e os vereadores bateram palmas ao final da votação.
Do total de 21 vereadores, 19 votaram pelo não recebimento da denúncia – o vereador Marcion não pode votar e o vereador Waldecy Barcellos não compareceu à reunião.
Da tribuna, o vereador Marcion agradeceu o posicionamento dos colegas, disse que se manteve tranquilo durante todo o processo e que não esperava um resultado diferente. “Se essa situação virasse moda, aí seria fácil, a cada fiscalização, que é pertinente ao nosso trabalho, teria uma cabeça rolando na Casa”, ironizou.
Ele voltou a criticar o diretor-Geral por enviar documentos ilegíveis em resposta a pedidos de informações sobre veículos locados que prestam serviços na autarquia. “Nem perito consegue ler esses documentos e fico me perguntando qual a intenção de querer esconder as placas e outras informações sobre os veículos”.
O vereador disse ainda que Nascimento teria mentido ao afirmar que as contas do Saae referentes ao ano de 2017 haviam sido julgadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Não teve nada de julgamento, não foram nem apreciadas, ele não tem respeito pela pasta que ocupa, nem pelo salário que ganha ou pelo cargo que ocupa”, ressaltou.
