Após abrir mão de R$ 2 milhões em impostos com a aprovação do projeto que concede isenção de ISSQN para a empresa de ônibus Mobi, na última segunda-feira (21), o governo André Merlo (PSDB) comunicou ontem (22) à diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV) que não tem, no momento, nenhuma proposta de aumento salarial para oferecer à categoria.
Os servidores querem reajuste de 17% para compensar a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2021, de 10,06%; para recuperar a perda salarial em 2021, quando a inflação oficial fechou 2020 em 4,52%, mas o prefeito só concedeu reposição de 3%; e ainda assegurar um ganho mínimo de cerca de 5%.
Uma das alegações do governo é que um eventual reajuste nos salários do funcionalismo público geraria impactos financeiros negativos ao Iprem (Instituto de Previdência Municipal), aumentando ainda mais o rombo provocado por sucessivas administrações, com a conivência do gestor do órgão.
E o que o servidor tem com o rombo na previdência municipal?
“Absolutamente nada”, afirma a presidente do Sinsem-GV, Sandra Perpétuo. “O servidor entrega todo mês sua contribuição para a prefeitura, para o Saae, para o Legislativo. Se gestões passadas e a atual não fizeram os repasses devidos, se contraíram empréstimos e não pagaram, se os vereadores não fizeram sua parte de fiscalizar, não é o servidor que tem que ser sacrificado, mais uma vez, para pagar uma conta que não é dele”, assevera.
A sindicalista informou que amanhã (24), a partir das 18h, os servidores se reúnem em assembleia geral para discutir a decisão do município de protelar para março as negociações sobre o reajuste salarial, uma vez que a data-base da categoria é o mês de janeiro.
